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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ele tem 70 anos e já foi presidente da República


Inocêncio Gomes de Oliveira completa hoje 70 anos e continua operando como nos velhos tempos de cirurgião-chefe do Hospital Agamenon Magalhães, no Recife.
É poder em todos os níveis imagináveis:
Está no governo federal com Lula (Ministério dos Transportes);
No governo Eduardo Campos (PSB, na Secretaria de Transportes de Pernambuco);
No governo João Paulo (PT), na Prefeitura do Recife (Secretaria de Saneamento);
Na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, como 2º vice-presidente.
No PR, como presidente do diretório de Pernambuco, por meio do qual elegeu 30 prefeitos (335,1 mil votos) e 210 vereadores (267,4 mil votos).
Qual o segredo?
Bem, da longevidade, quem o conhece bem, sabe disso: é o tesão que tem pela política, a determinação.
Do poder, aí são outros quinhentos. E bote quinhentos nisso.
Inocêncio já começou por cima, 34 anos atrás, em 1974, quando disputou e venceu seu primeiro mandato de deputado federal.
Nunca havia sido nada além disso. Não foi vereador, prefeito nem deputado estadual. Foi direto pra Brasília.
Era o cirurgião-chefe do Agamenon. Desde então, só saiu da Câmara dos Deputados para assumir por nove vezes, em curtos períodos, a Presidência da República.

Isso ocorreu entre 1993 e 1994, quando Itamar Franco foi para o Palácio do Planalto sentar na cadeira de Fernando Collor, que havia sido defenestrado de lá.

Na época, Inocêncio era presidente da Câmara dos Deputados pelo PFL, partido onde passou quase toda a trajetória política - desde a Arena, nos anos 1970.
Ele só não pegou o DEM, sucedâneo do PFL, porque percebeu, como sempre, a direção dos ventos antes de quase todo mundo. E assumiu o PL, que depois deu origem ao PR.
Até a eleição de 1994, disputada na cadeira de presidente da Câmara, figurou sempre entre os dez mais votados de Pernambuco. A partir dali, porém, garantiu lugar cativo entre os três mais.
Foi terceiro em 1994; segundo em 1998; terceiro em 2002; segundo em 2006, com 181,1 mil votos, atrás apenas de Armando Monteiro Neto (PTB), que recebeu 205,2 mil.
Inocênio sabe realmente para onde sopram os ventos. Nesta segunda-feira (20), já deu os sinais dele para 2010, os primeiros:
Fecha com a reeleição de Eduardo Campos no governo de Pernambuco; com o prefeito João Paulo para o Senado; “e, como dizia Luiz Gonzaga, ‘se as coisas não atrapalharem os meus planos’, sou candidato a apoiar Armando Monteiro para a segunda vaga”.
Ao dizer isso, dá uma dica para quem não pára de pensar na corrida eleitoral de 2010: a onda será favorável para quem está no governo hoje, pelo menos no estado.

DO BLOG DE CESAR ROCHA

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