OPOSTOS QUE NÃO SE ATRAEM

Em quase tudo que acontece na cidade de Santa Cruz do Capibaribe é atípico. Umas dessas coisas diferentes que só existe aqui é a política. A cidade as vezes lembra o mundo no período pós-segunda guerra, na chamada Guerra Fria. EUA x URSS. Aqui seria BOCA PRETA x TABOQUINHA, que por coincidência esses termos só usados aqui, começou no final dos anos 50, na primeira eleição onde se encontraram frente a frente Raimundo Francelino Aragão e o Tenente Teófanes Ferraz Torres Filho, onde como Raimundo Aragão tinha a cabeça muito grande, surgiu então o apelido de o partido dos cabeção que depois virou o partido dos cabecinhas. Já quem apoiava o Tenente, era um pessoal da grande maioria de origem de Taquaritinga do Norte onde lá tinha um dos partidos que se chamava os boca pretas, o motivo do apelido era que essas pessoas desse partido costumavam chamar muito palavrão, no início era boca de cachorro(a boca do cachorro é preta), onde os boca de cachorro vieram a mudar o nome para boca preta na eleição do saudoso Padre Zuzinha.

(Raimundo Aragão) (Padre Zuzinha)

Durante vários anos cabecinhas e boca pretas disputaram as eleições municipais de nossa cidade, onde chegou-se a tentar criar algumas outras divisões, sem resultado, mas depois de uma briga interna em 1998, os cabecinhas resolveram rachar, onde alguns políticos foram para o partido boca preta e outros tendo como líder José Augusto Maia(atual prefeito da cidade) fundou os taboquinhas, o nome foi em alusão a conquista da água da Baragem de Tabocas para a cidade por esse grupo político chegando assim a atual configuração política da cidade.

Atualmente é notória nos eventos políticos ainda a grande bipolarização que existe. A chamada paixão política deixa seqüelas que só voltam ao normal quando as eleições passam. Atitudes como intrigar-se do vizinho que é de partido contrário, não colocar o lixo na hora certa só para depois falar que coleta de lixo não funciona, só escutar a rádio do partido( até alguns meios de comunicação são divididos). E vou mais além, boca preta verdadeiro que se preza, tem que ter uma foto de Mendonção na sala e pelo menos uma de Ernando Silvestre(ex-prefeito) guardada. Taboquinha verdadeiro que se preze, tem que ter uma foto de José Augusto Maia(atual prefeito) na sala e uma guardada de Miguel Arraes.
E o tempo passa e quando pensamos que a cidade vai votar consciente, ai vem as tais paixões boca preta e taboquinha, ressuscitam a cada 2 anos e vem com força total a cada 4 anos.

Talvez Santa Cruz não seja Santa Cruz quando esse partidarismo acabar, mas só será uma nova e surpreendente cidade, quando essa bipolaridade deixar de existir. Talvez a solução seja usar uma das leis da física que diz que os opostos se atraem, se a cidade começar a usar esse preceito, mudanças virão e SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE terá o seu merecido reconhecimento.